data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Pedro Piegas (Diário)
Tumulto, gritaria e choro. Redução do número de testemunhas e do tempo de júri. Não havia passado nem meia hora do terceiro e mais movimentado dia do maior julgamento da história do Rio Grande do Sul quando os ânimos foram exaltados dentro do plenário. Por volta das 10h, a confusão extrapolou a área de júri e ganhou os corredores do segundo andar do Foro Central I em Porto Alegre. Do lado de dentro, um advogado levantou em sobressalto interrompendo o depoente, um pai de vítima respondeu e outra advogada cogitou pedir ausência de plateia.
- Em 20 anos de júri, é a primeira vez que tenho de parar. Vamos com calma - pediu o juiz Orlando Faccini Neto, após determinar 10 minutos de intervalo.
FOTOS: as imagens do terceiro dia de júri da Kiss
Do lado de fora, outra discussão envolveu também um pai de vítima, a mesma advogada de defesa e a promotora. Tudo aconteceu durante a inquirição da primeira testemunha arrolada pelo Ministério Público: Daniel Rodrigues da Silva, 40 anos, proprietário da loja que vendeu artefatos pirotécnicos à banda Gurizada Fandangueira, que tocou na boate na noite da tragédia, em 27 de janeiro de 2013.
Depois dele, foi depôs a testemunha Gianderson Machado da Silva, funcionário da empresa Previne Extintores, também pelo MP, e uma testemunha arrolada pela defesa do réu Marcelo de Jesus - o juiz aposentado Pedro Antônio Bortuluzzi. O dia finalizou com o relato de Érico Paulus Garcia, 30 anos, que trabalhava como barman da boate. Ao longo do depoimento, cenas dos corpos das vítimas foram exibidas na tela. O juiz deu a opção que para que os familiares saíssem da sala. Alguns permaneceram, e uma mãe passou mal e saiu de cadeira de rodas do plenário. Após este e em outros momentos, a defesa pelos Direitos Humanos foi assunto questionado.
Entenda como um post no Twitter determinou uma mudança nos depoimentos do caso Kiss
DESISTÊNCIAS E SUBSTITUIÇÕES
A tensão que se manteve do início ao fim da sexta-feira de júri incidiu no fato que mudou os rumos da previsão inicial do julgamento: acusação e defesas decidirem diminuir número de testemunhas para encurtar o tempo de julgamento. A proposta partiu do promotor David da Silva Medina. Apesar das substituições, o Tribunal de Justiça não fixou prazo fixo para a duração do júri.
Com a mudança, não serão ouvidas 33 pessoas, e sim 29: 12 vítimas, 16 testemunhas e um informante: Gianderson. Ele passou a essa condição - testemunha para informante - após um pedido da defesa de Mauro Hoffmann, que apresentou ao juiz, um post no Twitter publicado pela filha do depoente, o qual mencionava que os sócios da boate deveriam "apodrecer na cadeia".
Até as 20h de sexta, 10 pessoas já tinham sido inquiridas. Houve a redução das quatro testemunhas. Ainda faltam 19 pessoas para depor.